A internet mudou significativamente o modo que buscamos e compartilhamos informações. Agora é possível encontrar a informação que desejamos com apenas alguns cliques, diferente de alguns anos atrás, quando era necessária uma extensa pesquisa em livros ou bibliotecas.
A Revista Veja desta semana* traz uma reportagem intitulada “Google: como ele afeta o cérebro”, que nos faz refletir se toda essa facilidade é realmente boa para nosso cérebro e memória.
Segundo a reportagem, especialistas da Universidade da Columbia dizem que não. A memória perdeu sua relevância, pois nós nem nos esforçamos mais para lembrar certas coisas, até nossas memórias sociais estão na internet, em sites de relacionamento. A leitura profunda foi substituída por uma série de leituras superficiais, curtas, objetivas e imediatas. Estamos cada vez mais dependentes dos sites de busca e relacionamento.
De acordo com estudo da psicóloga Betsy Sparrow, a memória processada pelos 100 bilhões de neurônios do cérebro está se adaptando rapidamente a era da informação imediata. Uma das conclusões da pesquisa é de que estamos menos preocupados em reter informações, justamente por que sabemos que elas estarão disponíveis online. O cérebro necessita de impulsos para se desenvolver, e quanto mais desafiadores e harmônicos eles forem, melhor ele se tornará. Facilitar a atividade do cérebro pode torná-lo mais preguiçoso e menos ávido por se aperfeiçoar.
Porém, em contraponto a essa conclusão que parece assustadora, a reportagem mostra que a história nos traz alguns exemplos tranquilizadores. Na Grécia Antiga, Sócrates lamentou a popularização da escrita, pois achava que a palavra escrita tornaria a mente preguiçosa e prejudicaria a memória. O advento da imprensa de Gutenberg, no século XV, também levantou um questionamento semelhante, de que a facilidade do acesso aos livros promoveria a preguiça intelectual. Sabemos que nenhum desses exemplos se tornou verdade, pois a escrita e imprensa potencializaram a capacidade cognitiva humana, facilitando a troca de informações. Então, talvez, a internet e principalmente os mecanismos de busca não prejudiquem o raciocínio crítico, tornando-se mais um componente da evolução intelectual humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário