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domingo, 31 de março de 2013

O verdadeiro “cientista louco”



Teller é um dos físicos mais importantes do século 20. mas suas opiniões políticas durante a guerra fria fizeram com que convivesse com uma fama negativa
CARMEN KAWANO
Grande nome da física, química, atomística e energia termonuclear, Edward Teller construiu a bomba de hidrogênio e ficou conhecido como "cientista louco"
Nascido na Hungria, com formação em engenharia química na Alemanha e vivendo a maior parte de sua vida nos Estados Unidos, Edward Teller (1908-2003) tem seu nome definitivamente ligado à física nuclear, mas também à política. Quando ainda era menino, seu país passou por uma série de turbulências logo nos primeiros anos após a Primeira Guerra Mundial. Na Alemanha, a ascensão de Hitler obrigou o cientista, de origem judaica, a migrar para a Inglaterra e Dinamarca, onde participou das pesquisas sobre o átomo com o famoso físico Niels Bohr. Logo em seguida, mudou-se definitivamente para os Estados Unidos, onde participou ativamente do projeto Manhattan, que levou à construção da bomba atômica.
Ainda durante a Segunda Guerra Mundial, Teller e alguns colegas começaram a estudar a possibilidade de produzir uma bomba termonuclear, de fusão, a bomba-H, mais potente que a atômica, projeto naturalmente descartado após o fim do confronto.
Até a década de 1950, Teller contribuiu muito com a teoria da fusão nuclear, da energia termonuclear para uso pacífico e defendia o desenvolvimento de pesquisas para uso energético. Mas em seguida, enquanto Einstein e outros se opunham à continuidade das pesquisas nucleares bélicas, Teller passou a defender a construção de um arsenal nuclear para a proteção e defesa do Ocidente e a continuidade dos testes nucleares. Para ele, a paz era importante, a ciência deveria contribuir para ela e somente a bomba atômica não garantiria a manutenção da segurança.
O cientista desviou sua carreira da ciência para a política de defesa, ou de armamentos. Por causa disso, e também por não defender seu ex-colega Oppenheimer, suspeito de contribuir com o comunismo e acusado de infidelidade ao país, Teller se tornou um pária e foi repudiado pelo meio acadêmico e científico.
Com o acirramento da Guerra Fria, o projeto para a produção da bomba-H foi aprovado, e Teller e seus colegas testaram o primeiro dispositivo com sucesso em 1952. Mais tarde, nos anos 1980, Teller era o cientista com mais influência no governo Reagan e teve um papel destacado no trabalho de convencer as autoridades sobre a necessidade de desenvolver o programa "Star Wars", de orçamento estratosférico, para destruir possíveis mísseis nucleares de origem soviética. Depois de vultosos investimentos, o projeto foi abandonado nos anos 1990, com o colapso soviético.
Mas Teller ficou conhecido como o pai da bomba-H. Ao mesmo tempo em que circulava nos meios políticos, era odiado pelos cientistas, pacifistas e intelectuais de todo o mundo.
No final das contas, além de pertencer a várias sociedades científicas, Teller ganhou muitas condecorações, inclusive uma última, concedida pouco antes de sua morte por George W. Bush, a Medalha Presidencial da Liberdade. Graças à sua postura, ficou conhecido como "cientista louco" e foi inspiração para Stanley Kubrick fazer um dos filmes mais alarmantes dos anos 1960, "Dr. Fantástico".
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